Histórias a rimar tão fáceis de contar #3

Maria no Sótão

  


Foi num dia de chuva em Janeiro
Que a Maria com ar sorrateiro
Subiu ao sótão da casa da avó
E descobriu que não estava só.
Ao subir o último degrau da escada
Ouviu um barulho, não muito longe da entrada
Ela olhou o sótão com cuidado
Mas não viu ninguém em nenhum lado.
Começou a procurar e a procurar,
Porque o barulho não havia meio de parar.
Abriu o baú que estava do lado direito,
Só encontrou roupa velha e um alfinete de peito.
Em seguida abriu um caixote encarnado,
Estava cheio de livros e um copo de gelado.
O barulho continuava
E a Maria nada encontrava!
Resolveu escutar com atenção
E ouviu algo a mexer ao pé do alçapão.
Virou-se de repente
Na esperança de algo encontrar,
Mas não ficou contente,
Porque acabou por nada achar.
A chuva caía lá fora
E a Maria decidiu não ir embora
Sem ao menos conhecer as tralhas da avó,
Já que o mistério de estar só
Parecia não ter solução,
Apesar de tentar com convicção.
Achou tão engraçado um chapéu que encontrou,
De certeza que era do avô.
E o enorme espelho junto à janela,
Era tão lindo, fazia-a tão bela.
Nem tinha reparado no cesto de piquenique,
Tão grande, um pouco velho, mas chique.
Até tinha uma toalha aos quadrados
Que saía de um dos lados.
Um pouco curiosa, a Maria foi abrir
Apanhou um susto que a fez cair.
Era de dentro do cesto da avó
Que vinha o barulho e também algum pó.
Ficou calada durante um bocadinho
A ver o causador do barulho, um gatinho.
Fartou-se de rir e o gatito a pular
Lá fora a chuva acabou por parar.

Autoria: Isabel Mendes e Lucília Mendes

Comentários